quarta-feira, 10 de março de 2010



Por vezes,durante várias e várias épocas,dissolve-se;
dissolvemo-nos;é como o vício que as enseadas têm de
largarem-se para que a língua de Possêidon as digira.

Sempre achamo-nos similares à areia,que um dia foi rocha,que um dia
numa possível infância caso não se tratasse d'um mineral,foi uma criança,e,
sendo portanto criança,sendo íntegra,e fixa,e intragável em sua constituição
espiritual.
(se)fôssemos plumas:
Que um dia asa,e sendo asa: pássaro -
conduziu ser vivo ao vôo;
ao vôo,ao nado;mas a pluma (é) arrastada através do céu
em oceano de ar que envolve; volve; revolve.

Passados os anos: decênios,milênios (em imortalidade inútil),
é como se fôssemos pedaços
apenas pedaços:
Partes,cacos,fragmentos; -
pluma
grão-de-areia
dente-de-leão
abandono
decrepitude
perdição


2 comentários:

  1. Somos mutáveis parte de um todo.Não fosse assim,não encontraríamos e nem precisariamos um dos outros.Tbm mudamos,progredimos,REGREDIMOS,estagnamos..Somos um livro a ser preenchido,uma argila a ser modelada.

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  2. Ah, essa eterna ânsia humana de se comparar ao que lhe é anterior... Somos-nos e isso deveria bastar, na minha humilde opinião. Mas que é sempre bom podermos nos sentir tal qual as rochas, as plumas ou as flores, para lhes pegar emprestadas características que nos são tão caras... inegavelmente é... hehehe

    Aliás, agradeço os comentários no Athenazeronove, mas parece que você os fez dirigidos a mim. Na realidade, somos 2 escritores ali, e aquele texto do Vertov é da Athena Pessoa, querida companheira minha. Os meus continuarão sendo assinados como H. 0.9... hehehe

    Abraços, rapazola!!! =)

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