terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Estréia - Parte III e última


Sempre uso o termo melancolia,na acepção da qual me apropriei da filósofa Márcia Tiburi(café filosófico).É,muitas coisas de minha mitologia pessoal são colagens.Ela afirmou,ao fazer referência á Dostoievski,que a melancolia se trata "de um estado simultâneo de tristeza e alegria;advém da busca eterna pelo riso,da sede de viver,em contraste com a consciência do efêmero;de que o riso,uma hora passará".Em termos bem resumidos,óbvio.Mas fora isso,acho que um traço muito característico meu,é a perplexidade - mais conhecida como "hein?!"- .Com freqüência reajo assim,quando não consigo absorver de imediato uma situação.É,por mais inteligente que me ache,sou simplesmente incapaz de "decompor" certos estados de meu espírito,de outros,e se pudesse passar tudo em matemática,minhas interpretações do mundo,seriam sempre aqueles numerozinhos pentelhos,tipo "Pis",dízimas periódicas,e outros números irracionais sem fim...,Ou talvez nem conseguisse transferir em número algum:todas minhas dúvidas,ficariam amarradas naquela colossal letra em forma de cruz: o "X".

Mas,o que reafirmo aqui,é o não estado essencial de tristeza em minha alma.Sou antes aquele que calcula,e não resolve coisa alguma(rs).Apenas fico meio contemplativo ante a quantidade de informação da existência.E isso gera alguns mal-entendidos;é como se no fundo,ainda tivesse 10 anos,quisesse passar um bocado de tempo atrás de um telescópio,e só estivesse esperando minha Marilyn Monroe pra enviar todos esses problemas ao inferno,e ir passear com ela.

Enquanto isso,fico á olhar pro céu,pra luz branda das estrelas,e tentar ver quantas constelações consigo ver,a intensidade de seus brilhos,e tal.

Numa noite,em 17 de dezembro de 1998,estava sentando na muretinha amarela que separava meu quintal do corredor;e á um metro e meio,da cerca viva da casa da vizinha Neide;nessa noite,enquanto olhava para o céu,com um azul denso e imponente,e com um ar seco mas fresco e estático ao redor de meu corpo,fiz uma promessa pra mim mesmo.Lembro muito bem disso,lembro mesmo.Menos do que prometi. ...Pensando bem,acho que sou um pouquinho triste mesmo.

Um comentário:

  1. "Desenho toda a calçada.
    Acaba o giz,
    tem tijolo de construção.
    Eu rabisco o sol
    que a chuva apagou.
    Quero que saiba que me lembro
    Queria até que pudesses me ver.
    És parte ainda do que me faz forte,
    Pra ser honesto,sou um pouquinho infeliz...
    Mas tudo bem,tudo bem
    Tudo bem...
    Lá vem,lá vem
    Lá vem chegando
    Acho que estou gostando de alguém...
    E é de ti
    Que não me esquecerei..."

    Lembrei dessa música do Legião com esse seu texto.Td a ver ^^!

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